domingo, 1 de agosto de 2021

SELETA DE SONETOS N09JUL2021 * Órfãos de Orfeu Sonetos/BR

SELETA DE SONETOS N09JUL2021

O Brasil em luto(a) e lamento!

Mais de 400 mil vidas perdidas,
De diferentes cantos do país, soa o lamento,
Falta o ar, falta UTIs, vidas sem despedidas,
À espera da vacina, para o alento.

A condição de vida deteriora,
O fechamento, via de escape e proteção.
Desemprego, sufoco, fome, só piora,
Mãos levantadas em oração e ação.

Fiocruz e Butantan, dessa vacina,
Queremos todos tomar,
Desse vírus mortal, imunizar.

Que a vida volte à normalidade,
A esperança e solidariedade a se renovar,
E todos com amor abraçar.

(Maxilane. Dias - maxilane martins dias maxilanedias@gmail.com, pai de Pedro Henrik, de Maria Eduarda "in memorian" e de Bruna Eduarda, 1°/5/2021, AC).


*Minha namorada, a lua,*

*toda noite me visita.*

*Ela chega quase nua*

*e cada vez mais bonita.*


*Parece até que flutua,*

*quando em verdade gravita.*

*E quanto mais se insinua*

*mais meu coração palpita.*


*Comigo assim, minha amada,*

*fica até de madrugada,*

*até o sol despontar.*


*Meu poderoso rival*

*que, de forma desleal,*

*sequestra a lua e o luar.*

&

*Voa, voa passarinho*

*e pouse na casa dela.*

*Diga-lhe que estou sozinho*

*e não sei viver sem ela.*


*Você já sabe o caminho*

*com tempo bom ou procela.*

*Não fica preso ao seu ninho,*

*como eu fico na janela.*


*Com seu mavioso canto*

*diga-lhe que estou em pranto*

*numa saudade sem fim.*


*E ao retornar da viagem*

*diga se a mesma mensagem*

*vem de volta para mim.*

Antonio Francisco Pereira/MG




Soneto da esperança II


Quero viver sobre a luz da esperança

que dá vida e sentido ao dia,

quero conhecer o pódio da vitória

que dá alegria aos vencedores.


Faz tempo que não ouço

a música silenciosa da madrugada,

faz tempo que não escrevo

no pergaminho da saudade


Quero vagar por caminhos tantos,

quebrar recordes vencer obstáculos

fazer do agora um aliado.


Quero descobrir o amor no ódio,

quebrar preconceitos amar a liberdade

e fazer do eu um viver infinito.


Valter Figueira

Do livro "Doces Encantos"



AS PARCAS

Viriato Gaspar


Talvez falte calor. E sobre a sede.

Pequenos rituais. Soturnos gestos.

Vagos vultos nos nichos das paredes.

A memória dos dias indigestos.

As horas vão-se assim. Como as certezas.

A inútil procissão das velhas rotas.

Os mortos jantam sós na imensa mesa.

A glória acaba assim. Lembranças mortas. 

Ora, direis: dirás grandes besteiras.

O cheiro de bolor nas passadeiras,

o mundo que cansou  dos teus sapatos.

Lá fora a chuva explica o vento às telhas.

Os olhos rangem. Dizem  sobrancelhas.

Silêncio. Pó. Torpor. Goteiras. Ratos.

Viriato Gaspar

20/06/2021

(do livro inédito Lapidação da Noite)

*

SAUDADE


*A saudade é um bichinho*

*que dá no peito da gente.*

*Pode chegar de mansinho*

*ou atacar de repente.*


*Se você está sozinho*

*e a felicidade ausente,*

*essa falta de carinho*

*é o coração que sente*


*E bate mais apressado*

*pois já está contaminado*

*pelo vírus da saudade.*


*Nem adianta medicina,*

*pois só o amor é vacina*

*que garante a imunidade.*

Antonio Francisco Pereira/MG



Homem de Verdade 


Um homem de verdade 

É difícil de encontrar 

Seu coração tem bondade

É gentil no seu falar.


Ele não é arrogante

Tem arte e educação 

Da vida é grande amante

Pra família é doação


No agir é ponderado

E por isso é muito amado

E merece gratidão 


Da mulher bom companheiro 

Sendo amigo verdadeiro 

Ganha o seu coração.


Esmeralda Costa/RN




OLHANDO O MAR


Deste lugar que eu moro eu vejo o mar,

Faz-me muito feliz essa visão,

A novidade deste novo olhar,

Momento novo de satisfação.


Daqui donde eu estou, tenho a impressão,

Que a qualquer hora que eu quiser falar

Com Deus, dele vou ter toda atenção,

Ficou mais fácil me comunicar.


Longe de quase tudo e quase a sós

Contemplo ouvir melhor a sua voz,

E mais cedo chegar-lhe o meu gemido.


Todo esse clima de silêncio e paz 

Vem me fazendo muito mais capaz

De entender quanto Deus me tem querido.

&

UM CANTO PARA NÓS DOIS

                                            

Eu continuo lhe amando como outrora,

Como nos velhos tempos calorosos

De nossa vida a dois, vida que agora,

Depois de que ficamos mais idosos,


Há de nos dar anelos afetuosos

Todos os dias, pela vida afora,

Que nos aquecerão nos invernosos

Dias do amor platônico que aflora.       

        

Se a carne nos faltar com os seus desejos,

Não nos falte o carinho de nossos beijos,

Nem nossa vida a dois com o nosso afeto.


Que o cavalheiro aqui e a sua dama

Vivam felizes sobre a mesma cama,

À mesma mesa e sob o mesmo teto.


Raymundo Salles

Salvador/BA, 14/07/2021


*

3 comentários:

  1. Muito lindo, parabéns a todos os escritores! Lamentavelmente, foi embora muitas vidas. Ainda há algo que diz: que será a quarta parte da terra.

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  2. Muito bom. Fico feliz com a publicação de meus poemas.

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